Plataforma SheWorks! usa IA para combinar talentos e clientes, além de fornecer ferramentas para monitoramento e gestão de equipes remotas
A SAP anunciou nesta semana que iniciará uma colaboração com a startup SheWorks!, uma nova plataforma digital que combina tecnologias como machine learning e big data para conectar mulheres a oportunidades de trabalho remoto. O anúncio da parceria foi dado durante o SAP Executive Partner Summit, realizado na Riviera Maya, no México, entre 15 e 17 de agosto.
Fundada em 2016 pela empreendedora Silvina Moschini, a startup visa aumentar a empregabilidade de mulheres e, consequentemente, ajudar a reduzir o abismo entre gêneros que ainda ocupa o mercado de trabalho.
Há anos, gigantes do setor de tecnologia têm trabalhado para endereçar o desequilíbrio entre gêneros em suas equipes a medida que a pauta se torna cada vez mais pública. Apesar das companhias salientarem seus esforços para criar políticas e programas de diversidade entre seus contratados, mulheres ainda são subrepresentadas no setor.
Na América Latina e no Caribe, onde países lutam para ganhar fôlego em suas economias e gerar empregos, a desigualdade é ainda maior. Relatório de desenvolvimento da ONU de 2015 destacou que, na região, as mulheres ganhavam, em média, 19% a menos que os homens para desempenhar o mesmo trabalho. Ainda segundo o relatório, menos de 20% das posições de liderança de empresas na América Latina são ocupadas por mulheres. Dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento apontam que mulheres em posição de destaque no mundo executivo ganham, em média, a metade do que os colegas homens.
“Não há dúvida de que temos um grande desafio no campo do desenvolvimento profissional. A América Latina continua sendo a região mais desigual, economicamente falando, no mundo, e mais de 20 milhões de jovens – um a cada cinco – estão desempregados ou fora da escola”, ressalta Claudio Muruzabal, presidente da SAP América Latina.
O acordo entre SAP e SheWorks! prevê que as profissionais cadastradas no banco de talentos recebam treinamento em soluções da SAP relacionadas com a transformação digital dos negócios. Após treinamento, as profissionais estarão habilitadas e oficialmente certificadas para serem contratadas pela própria empresa, por seus parceiros de negócios ou por seus clientes, segundo a companhia de software alemã.
A parceria visa também conectar programadoras, desenvolvedoras, designers e cientistas de dados através da educação, diz Silvina. Alianças semelhantes a da SAP foram firmadas com o Google e Microsoft.
“Milhões de mulheres competentes deixam seus empregos porque não conseguem encontrar a flexibilidade de que precisam para conciliar suas vidas pessoal e profissional”, explica Silvina defendo que a startup visa apresentar empregos que se adaptem às vidas das mulheres. “Nossa proposta é reduzir drasticamente as taxas de desemprego feminino contando com as oportunidades da nova economia digital: competências digitais e trabalho remoto”.
A base de talentos da SheWorks! visa não só reunir, como também incentivar profissionais aptas para um mercado de trabalho digital. A medida que empresas passam cada vez mais a adotar o trabalho remoto, a plataforma surge como um marketplace alinhado com uma nova cultura corporativa e um “escritório” onde não há limites geográficos.
Em coletiva para jornalistas, Silvina compara o SheWorks! a um marketplace de talentos, onde empresas, da mesma forma como o Uber, também avaliarão o desempenho das profissionais que elas contratam. Para a empreendedora, as competências de uma candidata atuam como uma espécie de moeda na economia digital.
Como funciona – Interessadas devem cadastrar seu perfil, informar suas habilidades e histórico profissional. Há também testes que visam validar competências informadas. Usando algoritmos, a plataforma cruzará dados dos perfis e tentará encontrar as profissionais que melhor se adequariam para novas vagas. Do outro lado, empresas contratam a plataforma para ofertar vagas para posições fixas ou mesmo projetos. Quando o “match perfeito” aparecer, a startup entrará em contato com a candidata. Para elas, não há cobrança de taxas ou mensalidade. A plataforma também fornece ferramentas para monitoramento e gestão de equipes remotas.
Desde que foi lançada, a plataforma conta com uma base de 5 mil usuárias cadastradas. Crescimento que, segundo Silvina, foi orgânico. A startup, baseada em Miami (EUA), agora planeja lançamentos oficiais em outros mercados na América Latina, além de buscar ampliar parcerias estratégicas com outras companhias que possam capacitar mulheres para diferentes funções.
Em cinco anos, a startup deseja reunir e promover 100 mil mulheres com habilidades digitais a trabalhos e empregos à distância.
Fonte: Computerworld
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