Quatro duras verdades sobre Internet das Coisas

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Quatro duras verdades sobre Internet das Coisas

Erros na coleta e uso de dados, furos de segurança e padrões em rápida mudança estão entre as armadilhas que devem ser evitadas

A maioria das tecnologias passa por uma fase em que tudo parece possível. Aconteceu com os computadores pessoais no início dos anos 80, com a Internet no final da década de 1990 e com os aplicativos móveis no início desta década.

Com o tempo, de repente ou gradualmente, a realidade se instala.

A Internet das Coisas ainda parece promissora, com vendedores e analistas prevendo bilhões de dispositivos conectados que resolverão todos os tipos de problemas em casas e empresas. Mas as costuras estão começando a aparecer. Por mais promissora que seja a tecnologia, ela apresenta algumas deficiências. Aqui estão alguns delas.

1 – Bad Data (Dados ruins)

Os sistemas IoT são tão bons quanto os dados que capturam, e alguns desses dados estão aquém do necessário.

Até 40% dos dados dos sensores de Internet das Coisas podem estar errados, ser redundantes ou inúteis quando chegarem à nuvem, de acordo com a General Electric. Isso torna mais difícil a sua coleta e processamento.

Ambientes agressivos aumentam as probabilidades de um sensor gerar informações ruins: condições de temperatura e pressão, como a variação do tempo, o vandalismo e as pragas estão entre os muitos perigos enfrentados pela coletada massiva de dados a partir de sensores. Para obter melhores resultados, usuários de IoT empresarial podem precisar calibrar seus sensores, instalar nós redundantes ou usar um tipo de dispositivo de detecção, como uma câmera, para monitorar todo o sistema.

A Inteligência Artificial pode ajudar a resolver o problema, analisando dados de vários sensores para chegar a conclusões mais precisas. Por exemplo, os médicos podem monitorar um paciente com wearables que medem diferentes sinais vitais que podem ser cruzados para uma análise mais precisa e até para identificação e descarte de erros. Além disso, a filtragem de leituras que não sejam necessárias – como 1 mil relatórios consecutivos de que um pipeline não apresentou falhas nos últimos cinco minutos – é uma grande parte do que a Fog ou a Edge Computing deve fazer.

2 – Dispositivos inseguros

Muitos dispositivos IoT domésticos já saem de fábrica com brechas de segurança, e aqueles que não as têm, provavelmente terão. E não é suficiente enviar pacotes de correção e atualização e pedir aos proprietários para instalá-los, porque a maioria não vai fazê-lo, conforme alerta do Broadband Internet Technical Advisory Group.

O pessoal da Hangzhou Xiongmai Technology aprendeu esta lição da maneira mais dura no ano passado, quando seus DVRs e câmeras conectadas à Internet passaram a ser usados em um ataque de negação de serviço da botnet Mirai, que tirou do ar grandes serviços de Internet. Senhas fracas padrão permitiram a captura desses equipamentos pelos atacantes. A empresa já havia parado vender unidades com essas senhas fracas no ano anterior, mas produtos mais antigos não foram atualizados por seus proprietários, apesar do peido da empresa para que o firmware fosse atualizado e as senhas alteradas manualmente.

Isso significa duas coisas: dispositivos de Internet das Coisas atraem hackers, porque eles são abundantes e negligenciados, e cabe aos fornecedores construir a camada de segurança e permitir atualizações automáticas over-the-air.

3 – Rápidas mudanças tecnológicas

Internet das Coisas ainda é um alvo em movimento, e assim permanecerá por muito tempo ainda. Isso torna difícil escolher tecnologias, porque algumas podem não sobreviver no longo prazo.

Se você é uma empresa com milhões de sensores instalados, de um fornecedor que acabou saindo o mercado, manutenção e migração podem sair muito caro.

Algumas especificações com apenas alguns anos de idade, como IoTivity e AllJoyn, já estão se fundindo. Ter menos padrões é provavelmente uma coisa boa, e os fornecedores vão tentar manter a compatibilidade do trabalho antigo com o novo, mas toda consolidação pode gerar surpresas.

Redes de baixa potência e de área ampla também endereçam esse problema. Há muitas para escolher a partir de agora, mas analistas dizem que, provavelmente, o mercado não suportará uma diversidade muito grande no longo prazo. E embora as torres possam não ser desativadas antes que seja hora de substituir os dispositivos conectados à rede, ela também não estará em expansão.

Por enquanto, é melhor proceder com cautela.

4 – Falta de critério na adoção

Conectando um monte de máquinas e passar a automatizar processos e receber insights de negócios soa como boa música, mas IoT não funciona dessa maneira.

Não se jogue de cabeça. Projetos-piloto são uma boa maneira de começar. Pressa pode causar mais confusão do que conveniência: 51% das empresas participantes de um estudo da Strategy Analytics não tinham certeza se seus projetos de IoT estavam se pagando.

Um dos grandes motivos para projetos IoT é o desejo de tomar melhores decisões, o que exige análise para apresentar conclusões de uma forma útil.

Cerca de 60% das empresas pesquisadas pela LNS Research disseram que não têm conhecimento interno suficiente para lançar um projeto de IoT por falta de profissionais de análise de dados. Matthew Littlefield, presidente e analista principal da LNS, diz que os 40% restantes – aqueles que dizem ter as habilidades necessárias – “não entendem realmente o tamanho do desafio”.

Projetos de coleta de dados precisam caminhar de mãos dadas com os de análise, incluindo saber que perguntas fazer e quais ferramentas serão necessárias para respondê-las.

O ecossistema de IoT é complexo, e os trabalhadores de tecnologia terão que ter algum conhecimento sobre cada aspecto desse ecossistema, diz Seth Robinson, diretor sênior de análise de tecnologia da CompTIA.

“Não se trata apenas de construir um sistema técnico competente que possa realizar uma tarefa para a operação diária”, diz ele. “Trata-se de usar esta tecnologia para avançar em novas áreas. Tem que haver esse conhecimento do que o negócio está tentando fazer”.

Conclusão

Acima de tudo, para que as empresas possam aproveitar essa revolução tecnológica e aplicar o conceito de Internet das Coisas a favor dos negócios, é preciso entender que ele não é limitado a uma tecnologia específica, e sim a um momento que estamos vivenciando no setor de TI, no qual os fornecedores de tecnologia, organizações e usuários finais, vêm construindo juntos.

Fonte: CIO

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