Gestão de pessoas é a chave para a inovação, afirma especialista em RH

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Gestão de pessoas é a chave para a inovação, afirma especialista em RH

Deli Matsuo aponta as diferenças entre as grandes empresas de TI e porque elas conseguem faturar tanto em comparação com as outras. Mais do que tecnologia, elas investem em capital humano e ele explica como isso pode ser feito.

Durante o 7º Seminário de Gestão de Empresas de Serviços Contábeis (GESCON), promovido pelo sindicato do setor, o Sescon-SP, ontem (8/8), Deli Matsuo explicou que a adoção da tecnologia não é a chave para a inovação nas empresas. Diretor da Appus, companhia especializada em Recursos Humanos, Matsuo comenta que manter os colaboradores engajados é o segredo para o desenvolvimento tecnológico e explica como fazer isso.

Em seu painel “H.R. Analytics”, o especialista mostrou que as empresas de TI estão cada vez mais valorizadas devido ao capital intelectual. “Por que a Amazon vale tanto? Pois sua rentabilidade é maior por fazer mais com menos”, disse. O valor não está mais nos ativos físicos, e sim nos funcionários. Além disso, por contar com equipes menores, essas companhias têm menor custo com folha de pagamento.

Mas o que a tecnologia tem a ver com a gestão de pessoas? Matsuo disse que a transformação digital vai fazer com que todas as empresas de todos os segmentos se tornem uma empresa de tecnologia. Ele lembra que a Amazon se tornou a maior varejista sem ter um mercado (mesmo que agora tenha adquirido uma rede de supermercados), enquanto o Facebook é a maior empresa de mídia sem precisar produzir um conteúdo se quer. “O que essas empresas tinham era a vontade de inovar e uma equipe disposta a fazer isso”, afirmou.

Dessa forma, o foco dos gestores deve ser em atrair “cabeças pensantes” que estejam alinhados com os valores e a missão de sua empresa e dar espaço para a inovação, independente do segmento em que se encontra.

Com uma equipe de três ou quatro pessoas, já é possível montar um time voltado à inovação, sem precisar fazer grandes investimentos em software, já que se pode utilizar os algoritmos abertos divulgados por empresas como o Facebook e o Google, de acordo com Matsuo. “Imaginem o que uma empresa contábil pode fazer utilizando as tecnologias desenvolvidas por esses desenvolvedores com os dados que vocês tem de seus clientes?”, questionou à plateia, formada por contabilistas.

Mas para que isso dê certo, o especialista destaca que a cultura das empresas precisa mudar. A nova geração de trabalhadores não deseja apenas ganho financeiro, querem qualidade de vida aliada a um emprego que dê sentido à vida. Ele apontou três passos para que isso seja possível engajar colaboradores que pensam assim:

  • Deixar as crianças crescerem: a nova mão de obra deseja participar mais da empresa, ser mais ativo e quer poder de decisão. Por isso, é preciso que eles sejam treinados para que aprendam como lidar com a responsabilidade e que possam errar sem serem crucificados. “Mas é preciso saber qual tipo de poder esse colaborador pode ter, sem deixar tomar grandes decisões que possam impactar a empresa”, aconselhou Matsuo.
  • Gerente incrível: como comentado no primeiro item, é preciso que os colaboradores sejam treinados e eles querem isso. Segundo Matsuo, colaboradores querem um acompanhamento e feedbacks sobre sua atuação para se sentirem motivados. Além disso, eles valorizam um ambiente amigável dentro das empresas, desde o chefe até seu nível.
  • Qualidade de vida: e não estamos falando de menos serviço ou videogame no horário de trabalho. Cada pessoa é uma e, enquanto a diminuição da carga horária pode ser um motivador para um, outro colaborador pode reagir melhor a mais trabalho, desde que ele sinta algum valor no que faz. “Dar liberdade para que o funcionário escolha o que deseja fazer em parte do horário do trabalho, seja relaxar na sala de descanso durante meia hora ou participar de realizar alguma atividade não relacionada ao seu trabalho, como o desenvolvimento de um novo negócio.”

Para Matsuo, seguindo estes passos, é possível que qualquer empresário tenha a capacidade de transformar sua empresa e até mesmo o seu setor, basta ter uma ideia inovadora e investir em capital humano. “Mas a zona de conforto faz com que as empresas não se movam. O resultado será o colapso, como acontece no mercado de mídia hoje. Eu acredito que a maioria de vocês retornará às suas empresas e não vão aplicar o que eu disse, mas estejam atentas, porque o mercado irá cobrar vocês no futuro”, finalizou.

Fonte: IP News

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