Será lançado nesta quinta-feira (3) espaço de negócios que tem como objetivo ‘acelerar’ startups de tecnologia.
Historicamente ligada ao cultivo da cana-de-açúcar e do café e às indústrias do setor metal mecânico e de equipamentos ligados à produção de açúcar, a economia de Piracicaba (SP), cidade que comemora 250 anos neste mês, tem tradição no agronegócio. O desafio atual é fomentar mecanismos que possibilitem a inovação tecnológica.
“Os pólos tecnológicos ou os espaços de formação de uma maneira geral no interior de São Paulo estão num estágio não tão maduro, ou com bastante oportunidade de desenvolvimento”, afirma Fabio Mota, diretor de tecnologia da informação da Raízen.
“O agronegócio tem evoluído, experimentado, testado, mas ele está um passo atrás de outros setores no Brasil e isso não seria diferente no ecossistema de inovação, onde estão as startups”, explica.
Segundo Mota, Piracicaba é privilegiada no setor, devido à proximidade com o campo de trabalho e as pesquisas constantes, realizadas principalmente pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da Universidade de São Paulo (USP) na cidade. “Se for comparar, Piracicaba está na frente por conta dessa concentração de startups e pela proximidade com a Esalq”.
Concentração de startups
Um estudo divulgado no final de 2016 pela Agtech Valley, incubadora de empreendimentos e novas tecnologias sediada na Esalq, indicou que Piracicaba concentra 38% das startups do estado de São Paulo voltadas para o agronegócio.
As empresas de tecnologia em etapa inicial ligadas ao setor na cidade correspondem a 18,6% do total de iniciativas dessa natureza no Brasil, que possui 75 startups que desenvolvem tecnologias voltadas para o campo. Desse total, 37 ficam no estado de SP e 14 delas em Piracicaba.
“O fato de 38% das startups de um mesmo setor se concentrarem na mesma cidade, é algo muito relevante”, opina Mota.
Incentivo
Para fomentar os novos negócios, será lançado nesta quinta-feira (3), o Pulse. Financiado pela Raízen, está instalado no bairro Santa Rosa e tem como objetivo a “aceleração” de startups e realização de eventos voltados ao setor de tecnologia no setor do agronegócio.
No local, que é chamado internamente de um hub (lugar físico de conectividade que vai além da definição de um “espaço compartilhado de trabalho”), estarão integrados investidores, centros acadêmicos e grandes empresas, que trabalharão junto às startups, com o objetivo de aperfeiçoar soluções e identificar oportunidades de negócio.
“Grandes corporações, por questões de estrutura, são menos ágeis que estruturas de uma startup, que é muito menor, com pessoas juntas, com apetite maior para começar e recomeçar do zero”, explica o diretor de inovação da tecnologia.
Força na tecnologia
De acordo com Francisco Crócomo, que é coordenador do banco de dados do curso de ciências econômicas da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), a economia local é dinâmica e tem a tecnologia como um importante setor.
“Piracicaba possui uma economia forte e dinâmica. Ela é capaz de produzir bens e serviços para o Brasil e também commodities de grande valor agregado, ou seja bens e serviços, para exportação”, afirma.
“Podemos dizer que a cidade não depende somente de um setor da economia, já que o setor de transformação industrial e agroindustrial é ativo e possui um importante centro de serviços relacionado a formação de tecnologia. Além disso, Piracicaba sedia importantes instituições de ensino, de qualificação e geração de tecnologia, de forma integrada á sua produção de bens e serviços”, completa o professor.
Fonte: g1.globo.com
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